sábado, 17 de julho de 2010

Parte 1 - As Crônica de Lucian Liadon... O Nascimento de um Guerreiro...

Não era um dia belo, o sol não mostrava sua melhor face, estando coberto por algumas nuvens, e mais escuro ainda ali em meio aquela floresta com árvores muito folhosas e copas incrivelmente altas. A viagem havia sido parada e o casal élfico impedido de seguir até Galadh Dinen, pois ali sobre a luz fraca de Anar o destino decidiu que era momento do nascimento de um novo elfo. Eruvalon amparava sua companheira, enquanto os gritos de Caladiel podiam ser ouvidos por toda a floresta. Naquele dia nasceu Lucian Liadon... Os anos se passaram...

Lucian ainda criança logo era notado por onde passava, sempre animado e entusiasmado dia após dia não importando os problemas que enfrentasse. Seus pais aventureiros e viajantes passaram esses anos cuidando do filho, e durante sua infância seu pai o introduziu a arte da luta com espada e sua mãe o ensinou a manusear o arco. Com os anos passando, logo a criança chegou a idade de saber se virar e seus pais voltaram a fazer suas viagens voltando de tempos em tempos para ver sua cria.
O jovem elfo agora passava seus dias se divertindo, nunca deixando seu jeito alegre e causando confusões periódicas, o que achava sempre muito divertido, mas por mais que fingisse que não, vivia sempre entediado, e fazia essas coisas para ocupar seu tempo.


Ao regressar de uma viagem, Eruvalon da à seu filho uma armadura, e mostra-o como preparar uma mochila de viagem, o jovem partiria em sua primeira viagem de exploração. O elfo lembrava muito o jeito de ser do pai, sempre animado e feliz, o que o fazia ser muito próximo do mesmo, apesar de ter muito da beleza de sua mãe.
A viagem duraria alguns anos, e nela o jovem elfo aprenderia o valor de ajudar os outros e seu pai lhe mostraria o quanto o animo diante das adversidades ajuda a resolver tudo, aprenderia com sua mãe a tocar e cantar. Mas também teria suas primeiras verdadeiras batalhas incluindo a que mudaria seu destino, quando ao ver um vilarejo sendo atacado por bárbaros, o trio decide ajudar, mas a luta teria um preço muito alto, a vida de Caladiel.

A perda da mãe faria com que Lucian deixa-se o pai para caçar todos que pudesse das raças bárbaras, enquanto seu pai dizia para esquecer, pois Caladiel morreu com honra em combate. Os dois só voltariam a se rever 300 anos depois em Concódia durante o grande cerco e o velho elfo se perderia em tristeza ao ver o que seu filho havia se tornado. Os anos foram duros para Lucian, o seu sorriso e alegria juvenis haviam sumido, ao invés disso um rosto marcado por batalhas, uma face séria e rígida, e um instinto sanguinário não comum entre elfos, conhecido por sua paz e serenidade.


O agora não tão jovem elfo se perdia cada vez mais a medida que a guerra avançava, e por mais que seu pai tentasse lhe mostrar no que ele tinha se transformado, pensava ser o modo certo para sobreviver. Entrou pra uma tropa misturada entre anões e humanos, sendo o único elfo, onde foi muito bem aceito, pois diferente das outras tropas em Concórdia as quais falavam sobre honra e fé, a sua tinha apenas um grito de inspiração, aonde quer que fossem era possível ouvir as batidas nos escudos, os urros e o grito:
- MORTE!


O cerco havia sido quebrado, o grupo de soldados que ficaria conhecido como a tropa dos mortos, continuaria correndo atrás dos bárbaros do Enclave, enquanto Eruvalon partiria liderando um grupo de alguns outros de sua raça para procurar lugares o quais explorar longe da guerra. Pai e filho só se veriam novamente centenas de anos depois, o qual seria o ultimo encontro em vida dos dois.


A tropa dos mortos após sofrer inúmeras baixas, finalmente se une ao exercito dos povos unificados, e chega aos arredores da fortaleza de Anghammarad, onde participariam ativamente do cerco e da famosa Batalha do Vale da Ferradura, a qual o único sobrevivente do grupo foi o elfo Lucian. O agora sozinho elfo passaria a viajar sozinho, mas agora completamente mudado, não era necessário muito motivo para fazer sua lâmina provar o sangue alheio.

Os anos se passaram, e as coisas só pioravam quanto mais sangue era derramado mais ele queria derramar, até que começou a perder o controle, e muitas vezes era acometido por uma fúria incontrolável. Até o dia em que foi abordado por um grupo de elfos que diziam ser do grupo de viajantes liderado por Eruvalon e que este os havia enviado fazia um ano para encontrá-lo, pois estava doente, e queria entregar algo a seu filho.
Viajando rápido e com poucas paradas, o grupo logo chegou a Galadh Dinen, onde após pouco mais de um ano lutando contra uma estranha doença, o velho elfo já estava em seus últimos dias.
- Meu filho... – falava com dificuldade – sinto ter falhado com você... ver você neste estado é a prova de que não fui um bom pai... Deixei-o ser corrompido pela fúria destes tempos..
- Meu pai, entendo o que pensa, mas me tornei o que era necessário para viver nesse mundo, vejo que ainda não entende isso.
- Eu vivi muito mais que você... – tossiu um pouco de sangue, mas nem isso parecia comover o filho - e não tive que mudar meu jeito para isso...
- Não pode julgar meus atos, não passou por onde passei, não lutou as batalhas que eu lutei!
- Apenas me ouça... Não o chamei para julgá-lo, quero apenas que se lembre de como era quando ainda tínhamos sua mãe... O que lhe ensinei sobre como enfrentar a vida... – Lucian reagiu pela primeira vez na conversa ao ouvir sobre sua mãe – ela tinha muito orgulho de seu filho, muito orgulho de ver você sorrindo sempre... – mais sangue – quero que fique com isso... – esticou a mão com uma pedra de um magnífico brilho esverdeado.
-... o que é isso? – falou observando o pai agora um pouco abalado.
- Essa pedra foi encontrada por sua mãe em uma de nossas viagens... ela queria que fosse passada a você – tosse seca – mas tive medo que se perdesse após a morte dela... e resolvi deixar comigo... mas prefiro vê-la em suas mãos do que de um outro elfo qualquer.
- Pra que carregaria uma pedra qualquer? – apesar de estar abalado, tentava esconder – Não tenho interesse nisso.
- Em nome da lembrança de sua mãe... leve com você. Ela sempre me disse que essa pedra era capaz de realizar o seu mais profundo e sincero desejo... – encarou seu filho – mas com muito desgosto, vejo que ela não fez o que eu mais queria.
- Eu... – ver seu pai falar dele com tanta amargura, nem mesmo o jovem elfo pode esconder sua tristeza. Logo seu pai que o ensinou a base de quase tudo que sabia, que lembrava ter sido seu herói em sua infância - ...pai, sinto tê-lo desapontado... mas vou lhe mostrar que mereço seu respeito!
- Temo não ter mais tempo pra isso filho... – mais uma tosse, mas uma pequena golfada de sangue -... leve a pedra de sua mãe, e sempre vai lembrar de como foi um dia..

Eruvalon morreria poucos dias depois, e Lucian amarraria a pedra em uma pequena corda e a passaria a viajar com ela sempre em seu pescoço. Mas a cada noite de sono, a pedra brilhava e ele sempre pesadelos parecidos com seu pai, sua mãe e a si mesmo mais jovem e após isso via no que havia se transformado e o rosto amargurado de seu pai.
Os anos se passaram e o elfo viajando cada dia mais sofrido, cada dia dormia menos, e tentando melhorar, mas via que era difícil, sua vontade de lutar não era silenciada facilmente. Mas resolveu seguir os passos de seu pai, e entrou para um grupo de aventureiros humanos, onde viu que a vida é feita também de diversão, e via que em meio aqueles que tinham vidas tão curtas e arriscadas, diversão era algo muito prezado, e se lembrou que como dizia seu pai “com animo nenhum problema é insolúvel”. Os anos se passaram e o grupo se desfez com a idade, o elfo agora novamente sozinho tinha medo de cair em fúria novamente, pois seu grupo sempre soube contê-lo nesses casos.
Os pesadelos cada vez piores fizeram com que manter o ânimo fosse algo difícil, e ele não sabia mais o que fazer. Cada vez piores fazia com que ele lutasse cada vez mais em busca dos desejos de seu pai.

O dia era negro, as plantas estavam apodrecendo, o ar estava pesado e a água ficando fétida. Lucian estava numa cabana feita por seu antigo grupo tempos antes, e agora abandonada. Cansado de sua última batalha e de suas noites mal dormidas, deitou e adormeceu ali, mas mal ele sabia que só acordaria anos depois...
Foram anos inteiros vividos dentro de pesadelos e cada vez mais arrependido do que já havia feito e nesses anos a pedra brilharia cada vez mais forte. Mas o dia de despertar havia chegado...

O primeiro raio de sol bateu em sua face, e com o corpo completamente adormecido foi difícil levantar, mas havia percebido que algo estava errado, suas roupas pareciam mais largas e se sentia mais leve. Assim que recobrou o movimento do corpo saiu da cabana agora apenas parte do que era mas mesmo assim saiu do esconderijo e foi até um rio próximo a cabana(ou o que sobrou dela). Ainda confuso ao chegar ao rio, olhou seu reflexo e se viu jovem, pensou ser sua mente lhe pregando peças, mas ai tocar seu peito a pedra havia sumido. Lavou seu rosto, se olhou e deu um sorriso sincero que não dava a centenas de anos, finalmente teria uma segunda chance.

Passou os anos seguintes entre os humanos, fingindo não ter o passado que teve, tentando apagar todo mal que havia feito. E assim foi até encontrar o Aran Yuanule, nas proximidades do Reino de Ferro. Anos depois Lucian teria um sonho e se juntaria a mais um grupo de aventureiros... E mais tarde o grupo receberia a missão de salvar o mundo da destruição...

2 comentários:

  1. XD massa... continua fazendo que sempre irei ver essa aventurar que sempre me enlouquece ^^!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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