quarta-feira, 21 de julho de 2010

Alice in Wonderland - PC


Quando Disney e Tim Burton anunciaram uma nova e luxuosa adaptação para os cinemas de uma das histórias mais consagradas de todos os tempos, "Alice no País das Maravilhas", era de se esperar que o filme viesse acompanhado de um jogo. Quem ficou a cargo de levar o atemporal universo do filme aos games foi a francesa Étranges Libellules, desenvolvedora com grande experiência em jogos de plataforma em 3D, responsável pelo simpático "The Legend of Spyro: Dawn of the Dragon".

Ao contrário do que se espera da conversão de filmes para jogos, você não jogará com o protagonista, isto é, com Alice. Em vez disso, guiará quase toda a trupe de amigos que a jovem faz ao longo de sua jornada. No mais, o jogo segue de forma simplista o enredo do filme, apresentando cenários fiéis aos do longa metragem.


Situações estranhas, poderes malucos
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Cada personagem domina um tipo de habilidade especial, de utilidade tanto nas porções de exploração e solução de quebra-cabeças quanto nos combates. Inicialmente o jogador tem acesso apenas ao Coelho Branco (capaz de controlar o tempo) e o ratinho dorminhoco Mallymkun (ágil nos combates). Ao longo da aventura, outros se juntam à equipe: a Lebre de Março, com seu poder de telecinésia, o Chapeleiro Maluco, capaz de alterar o cenário e atacar oponentes com o poder da perspectiva e o Gato Risonho, que pode ficar invisível e identificar objetos escondidos.


A interface é simples e bem resolvida. Cada habilidade é representada por uma cor, portanto, se ao passar o cursor do sobre um objeto ele ficar azul, você saberá que o Coelho Branco poderá utilizar seu poder ali. O jogador pode trocar de personagem a qualquer instante, e todos os demais que não estão sendo controlados pelo primeiro ou pelo segundo jogador ficam ausentes da ação.

Para ativar um poder, basta apontar o cursor sobre o objeto, pressionar o botão de habilidade e fazer algum movimento com o Wii Remote (ou o mouse, no PC) - o resto é por conta do jogo. Mesmo o poder de telecinésia da Lebre de Março, uma vez ativado, funciona de forma autônoma, sem que o jogador ganhe o controle direto sobre o objeto. Isso torna tudo muito automático, previsível, quando não entediante, uma vez que a maior parte do jogo envolve a utilização destes poderes na realização de quebra-cabeças.

Por mais que o jogo traga cenários cheios de objetos destrutíveis ou que permitem a interação com as habilidades especiais, tais ações se mostram cada vez mais arbitrárias, uma vez que, como recompensa, o jogador ganha apenas pirotecnia e pontos (típicas pecinhas brilhantes que pulam por todos os lados, implorando para serem coletadas). Além disso, existem tão poucas opções de aprimoramento de habilidades para comprar que a coleção obcecada por pontos se mostra totalmente desnecessária. Se você jogou os últimos jogos do Harry Potter sabe bem do que estou falando.

Por conta desta saturação de pontos e recompensas, a descoberta de áreas secretas e baús de tesouro não criam aquela sensação gratificante típica dos jogos de exploração. Ironicamente, o jogo também pune bem menos do que deveria. Morrer não acarreta em absolutamente nada ao jogador, que volta instantaneamente para o mesmo local, sem nenhum tipo de punição - exatamente como se o jogador estivesse usando um truque de invencibilidade.

Embora as fases sejam detalhadíssimas, a sensação que se tem, na verdade, é que não há muito o que fazer além de coletar pontos e realizar um ou outro quebra-cabeça de vez em quando, uma vez que os oponentes aparecem apenas em áreas específicas. E mesmo essas batalhas são bobas, exigindo pouco do jogador. Pressionar o botão de ataque desenfreadamente é suficiente para acabar com quase todos os inimigos. O jogo até tenta motivar o jogador a variar o método de combate com diferentes técnicas e personagens, oferecendo pontos extras ao término da batalha. Mas todo o esforço se esvai quando tudo o que você ganha com isso são alguns míseros pontinhos e, ocasionalmente, o destravamento de uma ou outra arte conceitual.

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