sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Parte 3 - As Crônicas de Lucian Liadon... As Montanhas do Vale Sem Fim

Lucian se despediu de Hydreen e seguiu com sua viagem, ainda teria que caminhar muito até chegar às montanhas. Durante o caminho tudo parecia calmo. O dia estava quente, o céu azul e as nuvens brancas. Tudo para ser um belo dia, e apreciando a paisagem ele continuou na estrada até o ponto onde Hydreen lhe indicara.

As horas se passaram e Lucian finalmente saiu da estrada, seguindo uma trilha que levava a um pequeno bosque. Quando estava próximo ao bosque Lucian ouviu gritos desesperados por socorro. Ele entrou no bosque e correu o mais rápido que pode em direção aos gritos, procurando com seus olhos de elfo as pessoas em perigo. Então em meio as arvores, avistou um grupo de orcs atacando alguns camponeses.

Correndo em direção aos orcs, pegou seu arco puxou três flechas de sua aljava, e com uma destreza jamais vista entre os homens disparou, acertando em cheio a cabeça de três orcs. Continuou em direção ao combate se esgueirando entre as arvores subiu em uma rocha, enquanto os inimigos se aproximavam ele puxou mais três flechas e pulou disparando contra o inimigo derrotando mais dois . Os orcs agora sabiam onde as flechas estavam vindo e correram para cima de Lucian, que foi de encontro sacando suas espadas.

A luta era intensa lutar contra cinco orcs de uma vez era algo que não fazia a tempos, e eles atacavam com muita força bruta, mas totalmente desorganizados. E com sua habilidade com as espadas não seria uma batalha longa. Então ao receber um ataque Lucian desviou a lâmina inimiga para o lado e cravou sua espada no peito inimigo, girou graciosamente como em uma dança cortando a garganta do segundo, se virou para o terceiro que o atacou no mesmo instante quase o atingindo, mas Lucian consegue se defender e contra-ataca com um golpe nos joelhos derrubando e cravando a espada em seu peito. Quando se virou, percebeu que os dois inimigos restantes foram em direção dos camponeses, e com sua destreza disparou duas flechas matando os orcs. Após a breve batalha ele guardou suas armas e seguiu para as montanhas, mas antes que pudesse se afastar ouviu uma voz doce e jovem chamando por ele:

- Senhor! Senhor! Obrigada por nos salvar! – disse uma pequena menina sorrindo.

- Não tem nada para agradecer criança. Vocês tiveram sorte por estar passando por aqui. E de onde saíram esses orcs? Sempre achei que eles não viviam por aqui. – disse Lucian numa voz séria.

- Estávamos voltando para casa meu senhor. Moramos em uma cabana não muito longe daqui. – disse uma voz áspera entre as arvores. – Este bosque já foi mais seguro, podíamos andar livremente se nos preocuparmos, até a chegada deles. – disse o homem se lamentando.

- Eles? Quem são eles? Os orcs? – perguntou Lucian.

- Sim orcs, goblins, aranhas gigantes e mais feras que já mais vimos aqui. Eles vem tomado cada vez mais território desde a chegada de um tirano em Trevondhein. – disse o homem com tristeza. – Os poucos que conseguiram fugir se refugiaram nesta região, mas parece que teremos que fugir novamente. – continuou ele.

_ Trevondhein! Estou viajando até esta cidade. Alguém pediu por minha ajuda em meus sonhos. Tenho que chegar o mais rápido possível. E preciso de sua ajuda, estou no caminho certo? – perguntou Lucian.

- Sim esta mas se for pela rota das Montanhas do Vale sem Fim. Mas por favor, senhor, não vá por este caminho, é muito perigoso. – disse o homem desesperado. – Eu vi que é um grande guerreiro. Mas é perigoso demais, para se arriscar. Até mesmo para o senhor. – conclui ele.

- Entendo sua preocupação meu amigo, mas preciso seguir em frente. Se a situação esta mesmo como diz, não tenho tempo a perder. Enfrentarei essas montanhas que tanto temem e sairei dela vitorioso! – disse Lucian. – Até breve, logo voltarei com boas novas, até lá, protejam-se em suas casas, ou longe daqui em um lugar seguro. Não muito longe daqui, nas florestas ao norte. Seguiam até lá, tenha uma cabana em um lugar seguro, meus companheiros animais os protegerão, sigam e levem o máximo de pessoas com vocês. Esperem-me até que volte. – concluiu Lucian com um sorriso confiante em seu rosto, se virando e correndo em direção as montanhas desaparecendo no verde do bosque.

Enquanto corria e saia do bosque, sentiu o cheio fétido da destruição e ruína daquela região. Plantas e solo já não tinham mais vida e a medida que se aproximava dos pés da montanha a paisagem piorava. Lucian não se lembrava de ter visto algo assim desde os tempos em que comandava os exércitos dos mortos. Quando finalmente chegou a montanha ele começou a escalar, não era uma escalada fácil, mal podia se segurar e muito menos confiar nas pedras para se apoiar, pois havia muitas pedras soltas e uma queda a certa altura certamente o mataria. Mas não desistiu continuou a subir sem descanso ou medo da morte, e à medida que avançava para o alto ficava mais difícil de escalar. Depois de quase meio dia escalando uma parede de rochas íngreme, chegou até um lugar no qual poderia continuar subindo a pé.

O vento soprava forte, o frio era intenso, o céu cinza enfurecido, uma tempestade poderia cair a qualquer hora, mas ele continuou a caminhar montanha a cima, e por mais que caminhasse a topo sempre parecia distante. A noite começa a cair, e Lucian já estava atravessando a montanha e não muito longe dali por ver sinais de uma fogueira.

- Talvez haja algum acampamento por ali, mas será amigo ou inimigo? Devo verificar e me aproximar sem ser notado. – disse ele.

Então foi em direção ao fogo, com todo cuidado que poderia ter andava sem fazer o mínimo ruído, sua graça e habilidade em se esgueirar pelas sombras eram notáveis como as de um predador na caça de sua presa. Chegou até um ponto mais alto, onde poderia observar sem ser notado. E viu ali um grupo de homens fortemente armados sentado em volta do fogo bebendo hidromel, falando sobre táticas e planos de batalha. Só restava saber se eles atacariam os camponeses ou as feras que lhes causavam mal.

Os homens adormeceram enquanto um deles ficava em alerta para evitar possíveis ataques ao grupo. Lucian se aproximava do guarda furtivamente, e poucos metros se apresentou saindo das sombras:

- O que um grupo de homens faz neste lugar infestado de bestas? – perguntou ele mostrando-se.

- Quem é você elfo? Afaste-se antes se não quiser morrer. – disse o homem em tom de ameaça.

- Meu nome é Lucian Liadon, estou a caminho de Trevondhein, não venho para fazer mal. – disse ele ao homem com uma voz suave e agradável.

- Trevondhein? Tolos são os que se aproximam daquele maldito lugar, o caminho até a cidade esta infestado de orcs e outras bestas. Por que um elfo iria a Trevondhein? – perguntou o homem, já mais aliviado.

- Vou para ajudar, e livrar a cidade e seu povo do sofrimento. Soube que o caminho não seria fácil quando encontrei um pequeno grupo de orcs atacando antigos moradores que fugiram de lá. - disse Lucian. – Mas ainda não me disse seu nome, como posso chamá-lo? – perguntou ao homem.

- Sou Ergnus, comandante da guarde de Trevondhein, e esses são alguns de meus homens, os poucos que conseguiram escapar. Mas agora somos apenas um grupo de amigos e aventureiros caçando os responsáveis pela morte de amigos e familiares. Sabemos que existe uma tribo de orcs em uma caverna nesta montanha. Vamos até eles. Talvez possamos achar algo relacionado ao ataque que deixo nossa cidade em ruínas e nas mãos de um misterioso líder. – disse Ergnus a Lucian.

- Entendo ouvi algo a sobre um tirando estar no comando da cidade. Mas misterioso? Por quê? – perguntou.

- Porque jamais se mostra ao povo, tudo que sabemos é que vive na maior mansão da cidade, onde qualquer um que tente entrar só a morte o espera. – disse Ergnus, com uma expressão triste em seu rosto.

- Então esses orcs podem estar de alguma forma sobre o comando desse misterioso líder? – perguntou Lucian preocupado.

- Sim, eu e todos aqui decidimos lutar pelo bem de nossa cidade. Sabemos que temos poucas chances, mas temos que fazer mesmo se só a morte nos esperar. – disse ele triste e preocupado, quase como se estivesse chorando. – Mas você! Você disse que esta a caminho de Trevondhein para ajudar. – continuou Ergnus empolgado. –Você Lucian poderia nos ajudar, certamente a perda de um dos aliados causaria um dano em Tarmos. – concluiu ele.

- Tarmos? – perguntou Lucian.

- Sim Tarmos, é como se chama o líder de Trevondhein. – disse Ergnus.

- Bem não vejo porque não tentar, se vai ajudar a cidade eu o farei, podem contar comigo Ergnus. – disse Lucian com um sorriso no rosto, passando confiança e segurança a Ergnus. – Agora descanse, você e seus homens precisam estar bem amanhã. Teremos um dia difícil. Eu tomarei conta da segurança do grupo enquanto dormem. – concluiu ele.

- Certo farei o que diz, mas, por favor, me acorde logo na primeira hora do dia, temos que resolver isso o quanto antes. Boa noite. – disse Ergnus, enquanto se preparava para dormir.

Todos os homens dormiam e Lucian vigiava o acampamento. A noite estava calma, e o frio era intenso. As horas se passaram sem que nada perigoso se aproximasse do grupo. O dia estava chegando. E os heróis de Trevondhein estavam prestes a ir para sua primeira batalha de vida ou morte.

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